segunda-feira, 25 de maio de 2020

É hora do Conhecimento ...



     Desde há muito que me recordo de ouvir que a “iletracia” e a “ignorância” seriam, instrumentos que serviriam para justificar as más escolhas e o deficit de desenvolvimento do País.
Momentos houve em que me senti tentado a aceitar tais justificações.

Todavia, com o tempo, fui verificando que, facilmente se confundia iletracia, com percurso académico e ignorância como resultante da falta de certificação académica e, isso ainda me foi mais difícil de compreender mas, ao verificar como o poder, rapidamente, resolve tais problemáticas, certificando e equiparando percursos académicos por inerência e liberando certificações, sem avaliações e, bastas vezes, sem o necessário conhecimento temático, começo a acreditar que, também a iletracia e a ignorância se debelam por decreto.

De igual modo, se Portugal, carece de recursos materiais para potenciar o seu crescimento e desenvolvimento tal, tornará mais premente, a correcta utilização dos seus recursos imateriais e, de entre estes, o conhecimento científico ou tecnológico, a investigação e massa crítica académica, serão fundamentais.

Torna-se assim, necessário que, neste momento em que, face aos reflexos que a pandemia introduziu, se alterem paradigmas, se questionem processos e se formalizem soluções, caberá aos investigadores e estudiosos académicos, um papel fundamental na introdução de mudanças e de novas soluções.

Que, de uma forma clara, se debele esta forma de “aposta” de um País que, ou é no sector primário ou no sector terciário mas, nunca, num balanceamento de todos os sectores, como se uma “aposta” nos serviços obrigasse a um desinvestimento na agricultura, ou vice-versa.

Após pandemia, ficou claro que necessitamos de “crescer” em praticamente todas as áreas produtivas, transformadoras e extratoras …

Estaremos num momento onde a massa crítica e conhecimentos dos académicos se deverão aproximar dos empresários e responsáveis políticos, no sentido de, estrategicamente, criar condições para um Portugal de futuro.

Será este o momento das Universidades e Institutos transcenderem das suas paredes e muros e se envolverem com a comunidade, com os valores e, de forma clara e sem falsos eruditismos, indicarem os caminhos de um futuro mais próspero e luminoso.

Será este o momento, para o mundo académico, colocar de lado o “debitar” de conhecimento e, demonstrar a funcionalidade e viabilidade desse pensamento esclarecido.

Será este o momento em que o conhecimento “iluminado” deverá erradicar, definitivamente, a iletracia obscura do futuro.     

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Prof. José Miguel Fiadeiro

Prof. José Miguel Fiadeiro



Logo tu, Vasco, que horror, que heresia, muitos dirão, porém…

Temos falado, talvez não o suficiente, sobre Artur Cornélio, enquanto referência junto da Academia.

Mas, e uma justa quanto merecida, homenagem da Academia, ao seu carismático Director de Departamento Têxtil, Prof. José Miguel Fiadeiro.

Sim, sei que sempre fui um acérrimo crítico da sua metodologia, temerário confrontista, e, por ele, sempre fui, “puxado” aos limites, da capacidade de argumentar, da capacidade de aturar, da capacidade de resistir e, até, dos limites do bom-senso e da educação mas, com o tempo, com a experiência, certas acções, certas decisões, certas atitudes, não retiram, antes pelo contrário, o mérito do seu trabalho em prol da Instituição.

Se a sua “sensibilidade” pedagógica ou a sua “competência” académica poderá, ou talvez não, ser contestada, a sua vontade, a sua coragem, o seu carisma e o seu “pioneirismo” em tornar a “sua” Engenharia Têxtil, os “seus licenciados” Têxteis e a “sua” Instituição referenciais, não.

Creio que, também Ele, merecerá uma justa cerimónia, um merecido “Obrigado”, por parte da Instituição que, sobre os seus ombros, tanto carregou .

Da minha parte, talvez, para sua surpresa, aqui vai o meu profundo agradecimento, o meu

Obrigado, Prof. José Miguel Fiadeiro
Obrigado Mestre.

Vasco Silva  

ENCONTROS UBIanos: Prof. José Miguel Fiadeiro

ENCONTROS UBIanos: Prof. José Miguel Fiadeiro: Prof. José Miguel Fiadeiro Logo tu, Vasco, que horror, que heresia, muitos dirão, porém… Temos falado, talvez não o suficie...

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Quem me dera ser Hera...


Um dia bem cedo, algures no ano lectivo de 84/85, caminhava eu sozinha nesta rua em direcção ao IUBI, para a primeira aula da manhã, quando oiço alguém que trabalhava no jardim do lado direito (após passar o arco nesta imagem), dizer:

Quem me dera ser Hera
E pelas paredes subir,
Para ir à janela do teu quarto
E te ver dormir.

Ainda olhei em volta, a ver a quem se dirigiam aquelas palavras, quando percebi que estava completamente só e o jovem as dizia para mim.
Desviei os olhos envergonhada (vá-se lá saber porquê…) e apressei o passo o mais que pude. Mas nunca esqueci a quadra, nem o (insólito) acontecimento.


À UBI, que para mim começou IUBI


Instituto Universitário te conheci,
Universidade majestosa te tornaste!
Bons, os tempos que em ti vivi,
Importante a marca que em mim deixaste!



São Teixeira Pereira, (I)UBI nº 863
2020-04-24




IUBI 1985



quarta-feira, 13 de maio de 2020

Ser ou parecer ...




Mediatismo, ilusão ou realidade …

Vivemos numa era de mediatismo, onde a repetição de algo, até á exaustão, cria a ilusão de ser uma realidade, qual pedido de desculpas verbalizado mas nunca assumido, nunca tido como necessário, como alteração comportamental, como evolução …

Seja na imprensa, rádio, T.V ou redes sociais, a proliferação de textos e imagens, prosa ou poesia, conteúdos ou chavões, insurge no espírito mais débil, um conceito de realidade que, não bastas vezes, provoca desespero, revolta aquando do confronto com o real …

Longe vai o tempo onde, se esperava e desesperava, por assistir a palestras, por conviver, com quem, por mérito da sua obra, por excelência do seu percurso, detinha o poder de ser considerado um “opinion maker” um influenciador, na sua área.

Relembro, com saudade, o nervosismo, a tensão e atenção com que, muitos de nós, responsáveis comerciais, de desenvolvimento de produto, de design ou de colecções, ouvíamos os diversos “guru’s” da moda, em Itália, em Paris, etc… num desfilar de tendências futuras, de cores a combinar, de materiais a utilizar, cuja interpretação individual poderia representar o sucesso ou fracasso, das empresas, nas campanhas seguintes.

Actualmente, qualquer, sem necessidade de experiências extraordinárias, de percursos profissionais referenciais ou de vida assinalável, desde que com uns milhares de “seguidores” dos seus registos, nas redes sociais, se auto-intitula “Influencer”. 
Isso torna-se extremamente arriscado, extremamente perigoso, por várias razões, desde logo pela volatilidade e leviandade dos conteúdos e, depois, pelo risco inerente a igual conceito, relativamente á responsabilidade e responsabilização dos efeitos.

Esta “facilidade” de se influenciar sem uma correcta responsabilidade ética sobre o que se influencia, torna-se perigosa e, extremamente redutora, na capacidade analítica das próximas gerações que, de tão habituadas a “seguirem” determinada “personagem” prescindem, confortavelmente, da sua capacidade de análise, de filtragem, sobre o que é transmitido.

Já sobre a presente geração, relativamente á anterior, se denota, uma opção sistemática, pelo facilitismo de “acesso” em detrimento do esforço pela conquista, do suficiente, em troca da excelência e, essa atitude, reflete-se, até, na capacidade crítica e de escolha face ao futuro.

Agora, com esta pandemia, toda uma batalha quase perdida, dos “novos adolescentes” em prol da socialização, versus o isolamento social, em virtude de actividades digitais e informáticas, transformou-se numa derrota estrondosa. 
Não apenas esses adolescentes, como todos nós, fomos obrigados a prescindir dos contactos sociais, das experiências de diálogo, das discussões de ideologias e conceitos, da partilha de ideias e interpretações, todos nós fomos impedidos de partilhar, espaços e afetos, ideias e emoções, tornando-nos, ainda mais, reféns do digital, prisioneiros do individualismo, fãs do “parecer”.

Para quando a liberdade da discussão, da retórica, do convívio salutar…

Para quando o regresso do real, do ser, por oposição ao parecer …   

Arco da Velha 2020



------ Mensagem reencaminhada ------
De: "Associacao Antigos Estudantes UBI" <aubi@ubi.pt>
Para:
Enviado(s): 08/05/2020 14:08:08
Assunto: Arco da Velha 2020

Caros Colegas

Está ai mais um Arco da Velha, desta feita dia 24 de outubro de 2020. Devido à situação provocada pelo vírus do COVID-19, a sua realização ficará sempre condicionada pela evolução desta pandemia, no que diz respeito à lotação que será permitida para o mesmo, e em situação extrema, poderá ser mesmo cancelada a sua realização, se a Direção Geral assim der indicações nesse sentido. Pedimos a vossa compreensão para este facto. Esperamos por vocês!!



Direção da AUBI

Associação de Antigos Estudantes UBI


Página: aubi.ubi.pt


Facebook: https://www.facebook.com/AAEUBI/


LinkdIn: www.linkedin.com/in/AUBI


Bons Tempos na UBI, 2009-11-14


Algumas fotos, após o Jantar


Com o Sr. Reitor cessante, Professor Doutor Manuel Santos Silva e com o Sr. Vice-Reitor, Doutor Victor Cavaleiro



Com o organizador do evento, o Pedro Mamede


Com uma colega, a Madalena, que entrou em 85/86

Da esquerda para a direita: António Pereira, São Teixeira Pereira, Madalena Pereira, Rui Pereira, Verónica Gil

terça-feira, 12 de maio de 2020

UBIanos! O melhor que a UBI tem!

Olá!

Convido-a(o) a conhecer este espaço de UBIanos e para UBIanos: https://ubianos.blogspot.com/

Não precisa de saber nada de blogues para publicar aqui. Basta enviar o seu texto, imagem, vídeo, por email e sairá de forma automática no blogue.

Endereço para publicação no blogue: ubianosomelhordaubi.publicar @ blogger.com

Atenção: tudo o que enviar para aquele endereço aparecerá no blogue, de forma automática. Não há qualquer controlo ou moderação. Pense antes de enviar.

Se pretender publicar fazendo a edição no blogger, envie email para ubianosomelhordaubi @ gmail.com e receberá um convite para ser contribuidor do blogue.

 Nota: nos endereços acima foram introduzidos espaços junto ao @ de forma propositada para iludir os "robots". Quando os quiser usar retire os espaços.

Somos UBIanos!

Ex-alunos, alunos, ex-professores, professores, ex-funcionários, funcionários e outros que tenham alma UBIana.

Este espaço, morada das publicações de quem queira publicar, foi criado pela UBIana nº 863, São Teixeira Pereira.

É uma oferta a todos os UBIanos.
É vosso, para nele publicarem o que quiserem.
Não farei qualquer controlo sobre as publicações e/ou comentários.

As publicações são da inteira responsabilidade de quem as fizer.
Não assumo qualquer responsabilidade pelo que venha a ser publicado.

A única missão deste espaço online, na forma de blogue, é permitir a todos os UBIanos, sem excepção, partilharem as suas histórias, textos, imagens, sem constrangimentos a não ser o respeito a si mesmos.

Não tem qualquer outra pretensão.

Os actos e as palavras são da responsabilidade dos seus autores.

(este texto foi enviado para publicação automática para o email referido acima)


Antes membro de uma equipa de sucesso que dono de um fracasso …



Antes membro de uma equipa de sucesso que dono de um fracasso …

Entre os tempos de estudantes, a juventude e o percurso profissional subsequente algo se modifica, em termos da percepção do valor do tempo, do valor do empenhamento, do valor do que se realiza, se produz.

Da mesma forma como, anteriormente, escrevi sobre o respeito e sobre liderança, não como direitos “universais” mas, essencialmente, como conquistas pessoais, também o valor patrimonial, se altera, consoante, reflecte um maior conhecimento ou experiência.

De facto, fruto de decisões, pós académicas, ou de oportunidades profissionais, todos fomos acumulando experiências, refinando capacidades, descobrindo aptidões e, por isso, cada trabalho desenvolvido, cada solução implementada, cada produto realizado, carece de diferente valor.

Da mesma forma, cada indivíduo, se torna, conscientemente, mais “dono” do seu tempo, do seu trabalho, dos seus produtos …

Por outro lado, sentimentos como partilha ou solidariedade, vão também enraizando e, assim, a opção pela partilha, pela colaboração, pela cedência, seja patrimonial seja temporal, torna-se mais ponderada, mais pessoal.

Por tudo isto, conceitos de partilha, por vezes, são confrontados e confundidos com noções de património e, muito mais grave, património partilhado confundido com individual.

Convirá, nesses momentos, algum bom-senso e a consciência do contributo que essas confusões conceptuais poderão imputar ás condições de sucesso da actividade ou dos projectos.

Convirá, nesses momentos, friamente, relembrar que a valia da liderança estará conotada com o valor da equipa .

Seguramente, será mais “apetecível” sêr “membro” de uma equipa bem sucedida que “dono” de um “insucesso” …

Bem hajam …
Vasco Silva

terça-feira, 5 de maio de 2020

Lamento ...



       Creio que este blogue pretende ser um “ponto de encontro” de todos os que, por um maior ou menor período de tempo, passaram pela Universidade da Beira Interior, um blogue onde se partilhe experiências e momentos, histórias e peripécias, sem “filtros” sem “ambições” sem “hierarquias”.
Assim sendo, permitam-me manifestar o meu incómodo, num blogue anterior, institucionalmente inserido num projecto “político” da Academia e, pelos vistos, de um ou outro membro, quando, muitos dos textos serviram de manifestação de episódios, não apenas académicos mas, mais ilustrativos da capacidade pedagógica e, eventualmente técnica, da UBI de então, da UBI dos 80’s e que, no meu entender, mais que promover, mais que dignificar, só servem de demonstração das lacunas de então que, acredito, com o tempo, no decurso dos 34 anos passados, foram identificadas, corrigidas, ultrapassadas e, gosto de acreditar, elevaram a UBI a uma Academia de excelência e qualidade.

Porém, um comentário, no grupo “UBI 80’s”, do facebook, de autoria do “Vice-Dean”, nome “pomposo” mas que, creio, português, significará “Vice-Reitor”, Nuno Garcia, face a uma situação de “divisão” ocorrida, no blogue “Rota Ubiana”, onde escreve:

Para perceber, é preciso conhecer as pessoas...
Um abraço a todos, em especial aos que não desistem, que não insultam, e que nunca deixaram de ter as mangas arregaçadas e os braços prontos para trabalhar :)

Trouxe-me de novo á realidade, a algo, em 2020, tão similar a outras situações, de há mais de 30 anos.

De facto, até acredito que, algures, nos inícios da UBI, Nuno Garcia, connosco se tenha cruzado, connosco tenha privado mas, sinceramente, não o recordo, como recordo cada um e todos os académicos, alunos e não-alunos, que colaboraram na construção da UBI, da Academia, porém, tal não será importante, importante será, isso sim, a este, acredito brilhante académico, o conhecimento que terá do percurso de cada um e de todos os alunos e ex-alunos que lhe permitirá, ajuizar das suas capacidade de luta, de arregaçar as mangas, de realizar esforço braçal.

Pessoalmente, dele, nenhuma informação possuo…

Nada de relevante conheço …

Tal lacuna, não será importante, acredito, até porque dele, não mais irei falar …

Já quanto ao insulto, não entendo a que se refere, eventualmente, confundirá, o que me custa acreditar, enquanto académico brilhante e estudioso dedicado, á afirmação da diferença, ao direito á crítica, á independência no discurso, á expressão livre de “lápis azul”, ao universalismo livre de barreiras, enfim, á verdade sem reservas, sem “favores”.

Enfim, lamento …

Como disse, em outro texto, público também, parti na primeira oportunidade, parti levando a formação, o conhecimento que a UBI me forneceu, num tempo onde, “bullying”, “excesso de autoridade”, “incompetência”, ”chantagem”, “segregação” existiam, na sua forma que não na sua vertente mediática, sem dúvida, nunca esquecerei a sua relevância mas, também, o imenso esforço pessoal, em trilhar um caminho, como muitos de nós, um caminho que antes, ninguém havia realizado.

Claro que tenho orgulho nesse percurso, claro que tenho orgulho na Academia mas, como disse, também, não mais voltei, não mais regressei pois, o mínimo que se exigirá, a quem nos ensina, a quem nos faz lutar, é um exemplo, é um compromisso similar e, por isso, vêr uma Academia que, na mensagem e no trabalho do mestre, se pretendia inovadora, se pretendia pioneira, se pretendia exemplar, ir-se acomodando, ficar refém do “faz o que eu digo e não o que faço”, magoou e desiludiu-me.

Enfim, também aqui, lamento …

Nunca tive tal oportunidade, a oportunidade de, junto do Prof. Fiadeiro, conhecer as razões de “saída” da academia, daquela academia que era a “sua” casa, e a opção pelo mundo Industrial, empresarial, por um lado porque, desde sempre, nunca negou que os objectivos da Engenharia que leccionava, respeitava os princípios de “hans-on”, de acção industrial, da prática mas, suspeito, a sua opção, se deveu a um sentimento semelhante, de desilusão com o caminho, de falta de identificação com o futuro …

Esperemos que, mais á frente, alguém “arrepie” caminho, alguém assuma e respeite, os objectivos que estiveram na criacção da Academia, da UBI e, por fim, respeite a história.