Desde há muito que me recordo
de ouvir que a “iletracia” e a “ignorância” seriam, instrumentos que serviriam
para justificar as más escolhas e o deficit de desenvolvimento do País.
Momentos houve em que me senti
tentado a aceitar tais justificações.
Todavia, com o tempo, fui
verificando que, facilmente se confundia iletracia, com percurso académico e
ignorância como resultante da falta de certificação académica e, isso ainda me
foi mais difícil de compreender mas, ao verificar como o poder, rapidamente,
resolve tais problemáticas, certificando e equiparando percursos académicos por
inerência e liberando certificações, sem avaliações e, bastas vezes, sem o
necessário conhecimento temático, começo a acreditar que, também a iletracia e
a ignorância se debelam por decreto.
De igual modo, se Portugal,
carece de recursos materiais para potenciar o seu crescimento e desenvolvimento
tal, tornará mais premente, a correcta utilização dos seus recursos imateriais
e, de entre estes, o conhecimento científico ou tecnológico, a investigação e
massa crítica académica, serão fundamentais.
Torna-se assim, necessário
que, neste momento em que, face aos reflexos que a pandemia introduziu, se
alterem paradigmas, se questionem processos e se formalizem soluções, caberá
aos investigadores e estudiosos académicos, um papel fundamental na introdução
de mudanças e de novas soluções.
Que, de uma forma clara, se debele
esta forma de “aposta” de um País que, ou é no sector primário ou no sector
terciário mas, nunca, num balanceamento de todos os sectores, como se uma “aposta”
nos serviços obrigasse a um desinvestimento na agricultura, ou vice-versa.
Após pandemia, ficou claro que
necessitamos de “crescer” em praticamente todas as áreas produtivas,
transformadoras e extratoras …
Estaremos num momento onde a
massa crítica e conhecimentos dos académicos se deverão aproximar dos empresários
e responsáveis políticos, no sentido de, estrategicamente, criar condições para
um Portugal de futuro.
Será este o momento das
Universidades e Institutos transcenderem das suas paredes e muros e se
envolverem com a comunidade, com os valores e, de forma clara e sem falsos
eruditismos, indicarem os caminhos de um futuro mais próspero e luminoso.
Será este o momento, para o
mundo académico, colocar de lado o “debitar” de conhecimento e, demonstrar a
funcionalidade e viabilidade desse pensamento esclarecido.
Será este o momento em que o
conhecimento “iluminado” deverá erradicar, definitivamente, a iletracia obscura
do futuro.
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